Longe vai o tempo em que o pequeno agricultor (hoje agricultor familiar), sobretudo em São Paulo, podia ser taxado de “Jeca-Tatu” (Monteiro Lobato, em “Urupês”), de “Joaquim Bentinho” (Cornélio Pires, em seus livros), de “Caipira” (Almeida Júnior, em seu quadro; do paulistano, para caracterizar os habitantes do interior) e de “Jeca” (Amácio Mazzaropi, em seus filmes). De fato, o pequeno produtor ou produtor de subsistência, como se conhecia no passado, era o agricultor que vivia em condições precárias, alguns de extrema pobreza e ignorância. “O Jeca Tatu não é assim, ele está assim”, dizia Monteiro Lobato, culpando a indiferença do poder público pelo atraso econômico e educacional do homem do campo. Abandonado, desacreditado e ridicularizado pela forma com que conduzia a agricultura e a criação animal em suas roças, sem ter acesso ao sistema de crédito rural e à assistência técnica especializada, utilizava processos produtivos rudimentares e, por isso, não conseguia integrar-se no mercado cada vez mais competitivo, técnico e mecanizado, sobretudo depois do advento da Revolução Verde, que, no Brasil, implantou-se nas décadas de 1960 e 1970.
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Fonte: Adilson D. Paschoal / Professor Titular – Sênior da Esalq-USP