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19 fev 2020

ESALQ TEM NOVO CENTRO DE PESQUISA DE BIOLÓGICOS

A partir de investimento de R$ 40 milhões, dividido em partes iguais, a holandesa Koppert e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) inauguraram ontem um centro de pesquisas na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) especializado no controle biológico de pragas. A parceria para a criação do São Paulo Advanced Research Center for Biological Control (SPARCBio) terá duração de cinco anos, prorrogáveis por mais cinco.José Roberto Postali Parra, professor da Esalq e diretor do centro, disse que a iniciativa contemplará cinco linhas de pesquisa: prospecção de novos agentes de controle biológico; desenvolvimento de técnicas de multiplicação desses agentes; uso de feromônios e produtos biológicos no controle integrado de pragas; formulações de microrganismos; e implicações associadas à introdução de agentes biológicos no meio.“Nosso objetivo é aumentar o portfólio de biológicos disponíveis para o agricultor no Brasil e levar conhecimento sobre o assunto. Esses produtos são aliados na redução do uso de químicos e dialogam com as exigências da sociedade, que pede alimentos com menos resíduos”, disse.Conforme o Ministério da Agricultura, das 1.137 pragas e doenças registradas no Brasil, apenas 86 contam com soluções de controle biológico, ou 7,6% do total. Em termos de área, sua utilização abrange 10 milhões de hectares de um universo de 77,4 milhões de hectares plantados no país, segundo pesquisa da Associação de Controle Biológico (ABCBio), que integra a Croplife Brasil.Danilo Scacalossi Pedrazzoli, diretor industrial da Koppert Brasil, disse que a expectativa da empresa, cuja receita líquida no país foi de R$ 105 milhões em 2019, é que todas as linhas de pesquisa resultem em produtos ou tecnologias comercializáveis. “Queremos que o conhecimento gerado solucione problemas do agricultor no campo”, afirmou.Os resultados dos projetos, que podem ser patentes de produtos, processos ou conhecimentos, serão divididos entre empresa e academia. Desde que entrou no Brasil, em 2012, a Koppert elevou seu faturamento em quase 18 vezes, apoiando-se em dois carros-chefe, os defensivos biológicos (bioinseticidas, nematicidas e fungicidas) e os inoculantes.Em 2018, o segmento movimentou R$ 464,5 milhões. Apesar de o valor ter crescido 70% ante o ano anterior, a comercialização de biodefensivos no país responde por menos de 2% do faturamento total do mercado de proteção de cultivos, segundo a Koppert.

Fonte: Valor Econômico – SP – 12/02