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02 out 2020

Produtores da Copermaues exportam Guaraná Orgânico para empresa dos EUA

FOLHADEMAUÉS (AM) – Segundo o italiano Luca D’Ambros, vice-presidente da cooperativa, foi pela primeira vez uma exportação direta para os Estados Unidos (a venda aconteceu não através de alguma empresa exportadora, mas negociada diretamente com o cliente estrangeiro) de 1 Tonelada de guaraná em pó feita pela Copermaues – Cooperativa Agropecuaria dos produtores rurais de Maués. O destino é uma empresa da California, chamada Vita Forte, que só trabalha com produtos naturais e orgânicos certificados, https://www.vitaforteinc.com/
De acordo com Luca, a safra de guaraná do ano passado (2019) recebeu pelo IBD a certificação de orgânico para os mercados do Brasil e dos EUA (são duas certificações diferentes, pois cada país tem suas leis que definem a certificação para o próprio mercado).
“No nosso grupo tem 5 produtores que receberam a auditoria da certificadora e somados tiveram duas toneladas e meio de sementes torradas certificadas, e a usina da cooperativa também foi visitada e recebeu a certificação para poder processar o guaraná (descascar, moer, empacotar) dentro da cadeira de rastreabilidade do orgânico. O que garante a origem dos produtos, e que não tenha nenhuma contaminação ao longo dos processos”, afirma Luca.
Ele nos informou tambem que os produtores não podem usar adubos químicos, nem agrotóxicos, além de manter o manejo do solo da forma mais natural possível, sem uso de fogo ou queimadas, recolhendo o lixo para o descarte adequado, beneficiando o guaraná e armazenando sempre separado e anotando todas as etapas para a rastreabilidade.
“Esse cliente nos encontrou porque temos um site onde é anunciado o guaraná, e começou a negociação, nós estamos sendo apoiados pela APEX, que é a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, através do PEIEX, que é o Programa de Qualificação para Exportação, eles procuram empresas (ou cooperativas) que tenham um potencial para a exportação”, frisou Luca.
Ele disse também que nessa pandemia as atividades da APEX foram sobretudo na formação e ensino sobre as práticas da exportação, isso ajudou muito para conduzir as negociações e a organização da exportação direta, porque geralmente as pequenas empresas ainda sem experiência fazem exportação através de trading, que compram os produtos aqui no Brasil para depois revender no mercado internacional, só que, claro, elas tem o lucro delas e por isso uma exportação direta é mais vantajosa

Vantagem
Luca destaca a vantagem de trabalhar com produto certificado, pois o valor compensa todo o trabalho que os produtores tem.
“No nosso caso, o valor do kg do guaraná torrado que foi para o produtor foi de R$ 33 reais, que é quase 50% a mais do que o preço que a Ambev paga (que é o melhor da praça), o custo da certificação foi em parte fomentado pelo SEBRAE, através dos projetos Sebraetec, que apoiam inovações tecnológicas e de produtos, cobrindo 70% dos custos, e o produtor/empresário tem a contrapartida de 30%”, destaca Luca.

Novas Perspectivas

O vice-presidente da cooperativa informou a nossa reportagem que cinco produtores fazem parte do Projeto de Insumo Florestais não madeireiros para Bioeconomia e Biocosméticos, que deu o acesso ao programa Sebraetec, além de ter permitido participação em feiras (Naturaltech em São Paulo e GreenRio no Rio de Janeiro, em 2019), e possibilitou a participação em cursos de capacitação e outras atividades. “Esse ano o SEBRAE está querendo aumentar o seu apoio em Maués, com esse projeto de Bioeconomia, inclusive com um Seminário sobre Biodiversidade no final de outubro, finalizou Luca.