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14 jan 2020

Tempo bom para os orgânicos

Com 25 anos no mercado, a Korin, uma das maiores do setor, conti nua apostando em um crescimento na casa de dois dígitos por ano.

Empilhados nas prateleiras, há arroz, café, canjica, milho, farinhas, feijões, grãos e mel. Em nichos, estão as frutas e as verduras, próximas dos ovos e das carnes de bovinos, aves e peixes. A loja poderia ser mais uma entre outros milhares de pequenos empreendimentos País afora, não fosse por um detalhe: qualquer coisa que se queira comprar, de um total de cerca de 240 itens, é produzida em sistema orgânico. “O sonho de Mokiti Okada fez com que conseguíssemos chegar a um patamar em que podemos atender com excelência a todos os consumidores”, diz Marco Antonio Baptista, gerente geral da Korin e reverendo da Igreja Messiânica Mundial do Brasil. Sim, uma das maiores empresas de produtos orgânicos do País também tem cunho religioso. Ela nasceu a partir das ideias de um filósofo e espiritualista oriental, Mokiti Okada, que viveu nos anos 1800. Nos negócios, a marca completa 25 anos em 2019, com 1,4 mil pontos de venda. Em 2018, a receita foi de R$ 137 milhões.

A Korin faz parte de um nicho que movimentou cerca R$ 4 bilhões no ano passado, valor 20% acima de 2017. Na última década, o setor de alimentos agroecológicos, principalmente os orgânicos, esteve em ascensão contínua e deve continuar crescendo na casa dos dois dígitos, de acordo com o Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis). A entidade reúne cerca de 60 empresas do setor, entre elas Korin, Campo Verde, Jasmine e Ecobio. No mundo, esse mercado é estimado em US$ 97 bilhões, o equivalente a quase R$ 400 milhões.

Para comemorar um quarto de século, a empresa promoveu, na capital paulista, a exposição “Servindo a Sociedade – Agricultura natural, horta caseira e Korin”. Mas não ficou apenas nisso. Aproveitou a data para colocar mais produtos no mercado, como a tilápia livre de hormônios de reversão sexual. É a primeira vez que esse tipo de produto vai para o comércio local. Na criação tradicional, no período pós-larvas são aplicados hormônios masculinizantes. Isso porque, em geral, os peixes machos ganham cerca de 30% mais peso do que as fêmeas. Reginaldo Morikawa, diretor superintendente da companhia, diz que a produção e a pesquisa no setor de orgânicos sempre foi um desafio. “Devemos todas as nossas conquistas a um propósito”, declara. “De que as pessoas pensassem muito mais nos alimentos que estão produzindo e no cuidado com o planeta.” Atualmente, além da produção própria no interior paulista, a Korin tem 46 produtores integrados para produzir frangos e ovos. Também é parceira de entidades como a Associação Brasileira de Pecuária Orgânica, que nasceu no pantanal sul-mato-grossense em 2001, dedicada à criação de gado, e da gaúcha Cooperativa de Produção Agropecuária Nova Santa Rita, que fornece arroz para a Korin.

Fonte: https://www.dinheirorural.com.br/tempo-bom-para-os-organicos/

Imagem: TUDO NATURAL Os cerca de 240 itens que a Korin coloca no mercado nacional são produzidos em sistema orgânico. (Crédito: Istock)