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05 out 2023

Desvendando os mistérios da beleza sustentável: entenda as diferenças entre naturais, orgânicos e veganos

A busca por um consumo consciente tem aumentado, fazendo com que os produtos “naturais”, “orgânicos” e “veganos” ganhem cada vez mais espaço nas prateleiras de lojas e supermercados. 

Apesar de ainda não existirem dados oficiais que mostrem a real dimensão desse setor na América do Sul, é fato que existe uma expansão em potencial, já que a região se tornou uma importante fonte de ingredientes naturais.

Na era atual, em que a consciência ambiental e a preocupação com o bem-estar animal estão em constante crescimento, o mercado de cosméticos está presenciando uma verdadeira revolução: o surgimento do conceito de Green Beauty. No entanto, mesmo com a crescente popularidade desses produtos, muitas pessoas ainda se veem confusas sobre as diferenças entre produtos naturais, orgânicos e veganos. 

  • Itens orgânicos: Produtos orgânicos são aqueles fabricados sem agrotóxicos, utilizando matéria-prima pura, retirada de fontes naturais e, por serem ecologicamente corretos, não transgênicos, trazem benefícios à saúde. Estes itens não utilizam testes em animais e são considerados livres de crueldade; porém nem sempre são veganos, já que podem conter substâncias advindas da fauna, como: leite, mel, ovos, colágeno, albumina e gelatina, por exemplo. As principais normas para COSMÉTICOS orgânicos são privadas como IBD e NATRUE, pois as normas atuais oficiais governamentais referem-se somente à alimentos.

 

  • Produtos naturais: Os itens naturais não possuem elementos químicos ou qualquer tipo de componente tóxico, além de precisarem, obrigatoriamente, ter matérias-primas naturais, e nenhuma % permitida de substâncias sintéticas exceto as que são comprovadamente naturais não derivadas de petróleo e não transgenicas. E, assim como os orgânicos, são livres de crueldade animal, o que não significa que sejam necessariamente veganos.

 

  • Itens veganos: Os produtos rotulados como “Veganos” são aqueles que não utilizam matéria-prima de origem animal e que, em seu processo de fabricação, não são testados em animais. Além disso, são 100% livres de crueldade. Mas, nem sempre são considerados orgânicos ou naturais, já que podem conter substâncias químicas como petróleo e silicones em sua composição.

 

Indústria de cosméticos: conceito Green Beauty em pauta

 

A ausência de um significado padronizado e globalmente aceito para o termo Green Beauty frequentemente leva a equívocos e confusão. “Pela falta de uma definição clara do que é green beauty, entender o ponto de vista dos consumidores sobre o assunto, quem são e o que eles querem devem ser prioridade para o desenvolvimento de estratégias bem-sucedidas”, comenta Ildiko Szalai, analista Sênior de Pesquisa da Euromonitor International.

Por isso, fabricantes e consumidores de cosméticos estabelecem o conceito com base na certificação, nos ingredientes e no posicionamento ético, podendo ser dividido em diferentes categorias e rótulos.

Clean Beauty é um movimento que se refere aos produtos livres de substâncias duvidosas que podem causar algum dano à saúde. 

Apesar da falta de definição para o conceito, os usuários têm expectativas cada vez maiores em relação a esses produtos. Eles buscam não apenas eficácia, mas também transparência, sustentabilidade e ética. Conscientes sobre os impactos ambientais, esses consumidores prezam por apoiar marcas que compartilham de seus valores.

Para esse grupo que busca uma concepção de pureza nos produtos de beleza, as expectativas são altas. Eles esperam que os produtos sejam produzidos de forma sustentável, utilizando ingredientes naturais e orgânicos, evitando o uso de substâncias químicas nocivas. Saber identificar as características entre veganos, orgânicos e naturais é essencial para fazer escolhas informadas e alinhadas com seus valores pessoais.

 

Crescimento em potencial de itens sustentáveis na indústria de cosméticos 

Uma pesquisa realizada pelo portal Use Orgânico revelou que 48% dos consumidores brasileiros demonstram interesse por produtos com fórmulas naturais, enquanto 21% valorizam cosméticos com menos aditivos químicos. Essa tendência reflete a busca por opções mais saudáveis e menos prejudiciais para a pele.

Embora os produtos orgânicos se destaquem por utilizar matérias-primas certificadas e serem livres de agrotóxicos, ainda representam uma parcela pequena do mercado brasileiro e sul-americano em geral, com menos de 5% das receitas globais no setor de cosméticos, de acordo com a Ecovia Intelligence, especializada em pesquisa e consultoria nessa área.

Se o público brasileiro é tão aberto ao uso de produtos com fórmulas naturais, por que eles ainda representam uma fatia tão pequena no Brasil? Alguns fatores podem ser levados em consideração, como a disponibilidade de produtos em certas regiões ou canais de venda, tornando-os menos acessíveis para os consumidores. Além disso, os cosméticos naturais e orgânicos geralmente tendem a ter um preço mais elevado devido aos custos envolvidos na produção sustentável, o que também pode elevar os custos dos produtos.

Embora a conscientização esteja em uma crescente, o público brasileiro está acostumado a usar marcas e produtos tradicionais, que são mais amplamente divulgados e têm uma presença estabelecida no mercado. Mudar esses hábitos de consumo e adotar produtos considerados green beauty requer um processo de conscientização e educação contínuos.

 

Despertando uma transformação consciente

 

Esse processo, felizmente, já está em andamento. Um estudo da Euromonitor, empresa de estratégias de mercado, aponta que o fortalecimento das mídias sociais, a comunicação entre os consumidores e o aumento no número de pessoas com alergias têm impulsionado a busca por produtos éticos. Isso indica um cenário promissor para o comércio de produtos sustentáveis.

Apesar de o número de consumidores de cosméticos naturais ainda ser modesto em comparação aos benefícios que esses produtos podem oferecer, é provável que a disponibilidade aumente e os preços se tornem mais acessíveis à medida que mais marcas e fabricantes se comprometam com a produção sustentável. A educação contínua sobre as vantagens dos produtos naturais e a conscientização dos consumidores sobre a importância da sustentabilidade e da saúde pessoal são essenciais para impulsionar a demanda, e essas mudanças já estão ocorrendo.

Ao longo do tempo, espera-se que o público brasileiro se abra cada vez mais para os cosméticos naturais, valorizando cada vez mais a beleza consciente e sustentável. Embora a mudança de hábitos de consumo leve tempo, os indícios de progresso estão presentes e apontam para um futuro promissor na indústria de cosméticos naturais, orgânicos e veganos no Brasil.