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10 fev 2023

Produtor de queijo investe em produção orgânica e desbrava novos mercados

Propriedade defende o bem estar dos animais criados soltos no pasto e tratados com homeopatia e fitoterapia; imagem da vaca ‘Guta’ lambendo sua cria faz sucesso na internet.

Desde que obteve o selo de “produto orgânico” concedido pela certificadora IBD, credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Queijo Minas Artesanal “Faz o Bem Orgânicos”, já teve um aumento de 20% nas vendas e a perspectiva do proprietário e produtor rural, Vinícius Soares, é dobrar a produção dentro de um ano. Os queijos são produzidos no Sítio Portal das Araras, em Piumhi, na Serra da Canastra.

“Estamos tendo acesso a mercados que antes não tínhamos; fazendo parcerias com outros produtores orgânicos, como os do Instituto Chão de São Paulo, que valoriza “o mercado justo (fair trade) com base em  parcerias comerciais estabelecidas com diálogo,  transparência e respeito”.

No sítio que Vinícius administra com a ajuda dos pais, da esposa Virgínia, irmãs, cunhados e dois colaboradores, tudo é ‘humanizado’, como o pós-parto da vaca Guta que deu à luz seu primeiro bezerro, essa semana, com direito a vídeo com centenas de curtidas no Instagram.

Nicho pouco explorado

Vinícius, que também é engenheiro agrônomo, deixou o emprego em uma multinacional do setor de laticínios para se dedicar à produção de Queijo Minas Artesanal, mais precisamente o orgânico, vislumbrando um nicho de mercado pouco explorado e aproveitando a vocação natural da região.

Desafios

Mas o caminho até aqui não foi fácil. Foi necessário fazer todo o processo de conversão da propriedade, utilizando apenas pastagens orgânicas durante um ano (sem adubo químico e agrotóxicos), com controle biológico das pragas  e alimentação natural:  as vacas consumiram durante seis meses apenas pasto e ração orgânica, como farelo de amendoim e minerais. “Milho e soja transgênico não podiam ser oferecidos de jeito nenhum”, explica Vinícius.

Receita de família

Foto: Arquivo pessoal

O produtor acredita que ele e a mãe, naturalmente, fizeram um ‘resgate cultural, histórico e familiar’ do ‘queijo da vozinha’, sua bisavó que fazia o mesmo queijo, com a mesma receita, naquele local, cem anos antes. “Fiquei pensando que a forma de conduzirmos as pastagens, o manejo do gado e a medicação homeopática, era o que se fazia naturalmente há 50, 60 e até 100 anos atrás”. Atualmente, com os cerca de 100 litros de leite produzidos por dia, são feitos 10 queijos, vendidos para Minas e vários outros estados.

Meio Ambiente valorizado

Dos 25 hectares do sítio, 11 são de mata nativa e 3,4 hectares integram o sistema silvipastoril intensivo, com árvores, arbustos, gramíneas e leguminosas.  Em uma área de pastagem de pouco mais de três hectares foram plantadas cerca de 200 árvores e milhares de arbustos. As vacas são criadas soltas, a pasto e tratadas com homeopatia, fitoterapia, vacinação e controle biológico.

Fonte: Itatiaia

Por: Maria Teresa Leal

Imagens: Instagram @fazobemorganicos